Um Vitória à Pep

Sem "a" no final porque é apenas um devaneio. Uma pretensão? Talvez. Um desejo? Mesmo que distante, sim.

Sem "a" no final porque lhe cabe qualquer nome, com a alma certa. Porque é um ideal, uma visão, um perfume e uma convicção. Não é um nome.

Pep trouxe ao futebol a magia do romantismo. Com a bola nos pés, sim, mas decisivamente e encantadoramente com a caneta na mão e a mente no xadrez estratégico. Criou uma identidade a que todos o associam com facilidade. Ninguém esquece o tika-taka, ninguém esquece as jogadas de mestre, ninguém esquece o Barcelona de Pep, não são poucos para quem o City tem o melhor futebol do mundo. Não o que ganha mais, o mais bonito.

Em Pep tudo é especial. Do encanto do jogo à envolvência dos protagonistas. Ninguém como ele sabe potenciar o valor de quem decide, eles, os jogadores, de bola nos pés. Ninguém como ele tem a fórmula, tão simples, tão complexa, tão difícil de alcançar: fazê-los feliz com a bola nos pés. Fazê-los acreditar que os estádios se enchem por eles, que o futebol se faz pela magia do que produzem, da alma com que executam. A felicidade. Ser feliz a jogar, fazer feliz quem vê jogar, brilho no olho, sorriso no drible, alegria. Fazer acreditar que só assim o melhor de cada um vem ao cima, o melhor do jogo vem ao de cima, sendo feliz. Porque é mesmo verdade!

Pep é (quase sempre) campeão pelos títulos que coleciona, menos vezes do que as que lhe são merecidas, mas é vencedor todas as vezes que uma equipa lhe sai das mãos. Porque dos seus é sempre o jogo mais bonito, os seus fazem o coração bater mais rápido, a emoção ser mais espontânea, o fascínio renascer a cada troca de bola, o relembrar da razão de ser o jogo de milhões, das emoções de milhões.

Luxo. Que não tem nada que ver com milhões. Não na essência. 
Que não tem nada que ver com nomes.

Luxo de ser feliz. Com o que não se compra. Com a alma, com o melhor de cada um, a cada dia. Com o compromisso. O amor e o respeito ao jogo, ao valor individual e ao trabalho. Não ter medo de ser feliz. Ser bonito assim. Tenha o nome que tiver nas costas.

Um devaneio, uma pretensão e um desejo para o Vitória, sim. Do luxo de uma visão bonita assim, de um ideal bonito assim, em campo, não interessa com que nomes, não precisar de milhões, resolver e conquistar pela alma, pelo respeito e pela alegria. A fórmula para acabar com os anos zero, plantar e deixar crescer, ver crescer. E usufruir. Que bem nos assentaria! A quem mais tão bem assentaria?

Cláudia Bragança

Noticias


Centenário

Glórias do Passado

Imagem do Dia

➕ 2️⃣ 0️⃣ 0️⃣ leitores da "Mítica Nascente" !

Obrigado! 🤍

Mítica Nascente